Olá, 03/07/2025 12:09 PM

Analfabetismo Funcional no Brasil: 29% da População Não Interpreta Textos Simples.

Os dados mais recentes do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) 2024 revelam um retrato preocupante: 29% da população brasileira adulta é analfabeta funcional, o mesmo patamar registrado em 2018. Essa estagnação sinaliza um problema estrutural que transcende o sistema educacional, afetando diretamente o mercado de trabalho, a saúde pública e ampliando desigualdades sociais.

O que é o Inaf? Criado pelo Instituto Paulo Montenegro e pela Ação Educativa, o Inaf é o principal instrumento de medição do grau de alfabetismo funcional no Brasil. Avalia as competências de leitura, escrita e matemática em situações do cotidiano, categorizando a população em cinco níveis.

Análise dos Dados: Quem São os Analfabetos Funcionais em 2024?

Apesar dos esforços de alfabetização formal, uma parcela expressiva da população adulta ainda não domina habilidades básicas de leitura e interpretação. O recorte por faixa etária, gênero e cor evidencia as desigualdades:

GrupoAnalfabetismo Funcional (2024)Alfabetizados (2024)
15-29 anos16%84%
50+ anos51%49%
Mulheres27%73%
Homens31%69%
Brancos (avançado)41%
Pretos/Pardos (avançado)31%

Infográfico: Níveis de Alfabetismo do Inaf

  • Rudimentar: Lê palavras isoladas, mas não interpreta textos.
  • Elementar: Entende textos curtos e faz contas básicas.
  • Consolidado: Domina leitura, escrita e matemática aplicadas no dia a dia.

O dado mais alarmante está na faixa etária acima de 50 anos: mais da metade não possui habilidades funcionais. Já entre os jovens de 15 a 29 anos, o nível ainda é preocupante, com 1 em cada 6 considerados analfabetos funcionais.

O problema tem raízes profundas e multifatoriais. Segundo o especialista em alfabetização João Batista Araújo e Oliveira, a baixa qualidade da educação básica é o principal fator. “Temos uma escola que certifica, mas não ensina.”

A situação se agrava com a falta de políticas públicas efetivas para jovens e adultos, como o desmonte e a descontinuidade de programas como o Brasil Alfabetizado.

Depoimento realista: “Na minha turma de EJA, 60% dos alunos não conseguem ler uma notícia simples.”
— Professora Maria Silva, rede municipal de São Paulo

As conseqüências são tangíveis: pessoas com baixo letramento funcional têm mais dificuldade em conseguir empregos formais, compreender bulas de remédio ou tomar decisões financeiras informadas. A exclusão é silenciosa, mas devastadora.

Para reverter esse cenário, é preciso combinar vontade política, inovação pedagógica e engajamento social.

Para Gestores Públicos:

  • Priorizar recursos para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) nos orçamentos municipais e estaduais.
  • Firmar parcerias com ONGs e instituições do terceiro setor, como a Fundação Roberto Marinho, que desenvolve materiais e formação para educadores.
  • Apostar em programas de sucesso: O Programa Alfabetização na Idade Certa (PAIC) no Ceará reduziu o analfabetismo em 40% entre 2007 e 2019, com foco em formação de professores, avaliação constante e incentivos para resultados.

Para Educadores:

  • Buscar capacitação em metodologias ativas, que tornem a aprendizagem mais significativa. O Instituto Singularidades oferece cursos voltados para esse perfil.
  • Incorporar tecnologias educacionais, como a Khan Academy, que disponibiliza conteúdo gratuito e personalizado para alfabetização em diversas disciplinas.
  • Realizar diagnósticos frequentes e trabalhar com turmas de forma heterogênea, respeitando os tempos e ritmos de aprendizagem.

O combate ao analfabetismo funcional exige um pacto coletivo entre governos, educadores, famílias e sociedade civil. O conhecimento é o primeiro passo.

Links úteis:

Sugestão de engajamento:

  • Professores: compartilhem suas práticas com a hashtag #EducaçãoParaTodos nas redes sociais.
  • Gestores: repliquem este artigo nos boletins das secretarias de educação e promovam debates sobre o tema.

Resumo Executivo para Gestores

  • 29% dos brasileiros adultos são analfabetos funcionais.
  • Maiores índices estão entre os mais velhos, homens e populações negras.
  • Causas principais: baixa qualidade da educação básica e falta de políticas públicas.
  • Soluções incluem: investimento em EJA, parcerias com ONGs, capacitação docente e uso de tecnologia.
  • Exemplo bem-sucedido: Programa PAIC (Ceará).
  • Ação imediata: planejar estratégias locais com base nos dados do Inaf e fomentar iniciativas colaborativas.

A alfabetização funcional é um direito e um caminho para um Brasil mais justo e desenvolvido.

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